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Categorias: Prevenção
Cardiologia: 3 das suas maiores contribuições para a medicina e saúde

No mês passado comemoramos o dia do cardiologista, resolvi então trazer para vocês um texto em que abordo três das maiores contribuições da cardiologia para a medicina e para sua saúde. Várias foram as evoluções da medicina e cardiologia nos últimos anos, explico no texto porque considero essas três as principais. Vamos lá!

1. Descoberta dos fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Hoje parece intuitivo seguir certos comportamentos ou padrões de vida em que julgamos ser mais saudáveis. Mas nem sempre foi assim. Esse entendimento ficou mais evidente com as contribuições do estudo de Framingham. Mas o que foi esse estudo?

Um estudo observacional e prospectivo iniciado em 1948 em uma pequena cidade americana de Framingham, identificou no decorrer do tempo os principais hábitos, comportamentos e doenças relacionados ao Infarto agudo do miocárdio (IAM), a morte e o acidente vascular encefálico (AVE). Identificamos então uma associação da Hipertensão arterial sistêmica (HAS), do diabetes mellitus (DM), da dislipidemia (aumento do colesterol), do tabagismo, da obesidade, do sedentarismo e de uma dieta rica em gorduras saturadas como os principais fatores relacionado ao infarto.

Vimos então, uma corrida para mudança de hábitos vida e o que conhecemos hoje em um estilo de vida mais saudável, vem justamente para tentar evitar ou mudar esses fatores em questão. Um exemplo emblemático é a relação da sociedade com o tabaco. Houve uma desglamourização e uma diminuição proporcional do número de fumantes.

Vimos também então na segunda metade do século XX uma corrida para buscar tratamentos para estas condições. Aí vem nossa segunda contribuição da cardiologia para sua saúde.

2. Tratamento da hipertensão arterial e uso de estatinas.
Para não ser injusto com ninguém, trago esses dois tratamentos em conjunto. Diversos anti-hipertensivos foram desenvolvido no século passado e o controle da pressão arterial foi fundamental para diminuição da AVC e IAM. Antes conhecida como hipertensão essencial, pois acreditava-se que quanto maior a pressão, melhor a perfusão dos órgãos. Com acúmulos de evidências, se verificou a associação entre desfechos desfavoráveis e a HAS.

Diuréticos, inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores de cálcio, vasodilatadores direto e betabloqueadores o menu é extenso de medicamentos usados para o controle da HAS. No entanto, o mais importante no tratamento da HAS é controlar a pressão, independente do remédio que se use. Hoje sabemos que um controle mais intensivo da PA, com uma média da PA sistólica em torno de121,4 mmhg está associado a uma menor taxa de mortes, AVC e IAM.

O uso das estatinas revolucionou o tratamento da doença aterosclerótica (placas de gordura nos vasos sanguíneos). Com a redução do LDL colesterol, foi possível reduzir a incidência de IAM e AVC. Quanto maior o risco do paciente de infartar, maior o benefício do uso dessas medicações na redução do LDL colesterol.

Um estudo escandinavo publicado em 1994 consagrou o uso da sinvastatina em paciente após o infarto agudo do miocárdio, levando o uso dessas drogas ‘obrigatórias’ nesse cenário. Foi observado uma redução de 30% nas mortes ao longo de 5 anos com uso da sinvastatina. Hoje temos diversas estatinas a serem utilizadas e o nível ideal do seu LDL colesterol vai depender do seu risco de ter um IAM ou AVC.

3. Tratamento do Infarto agudo do miocárdio

Sem dúvida nenhuma, ter um infarto agudo do miocárdio hoje é muito melhor que na década de 60. A mortalidade intra-hospitalar passou de 20-30% para <4% atualmente. Muito desse avanço se deve a criação de unidades coronarianas com monitorização cardíaca dos pacientes, surgimento e aplicação de medicações para deixar o sangue mais ‘ralo’, tratamento de reperfusão das artérias acometidas com trombolíticos e a angioplastia primaria.

Na década de 60 o repouso, hidratação venosa e uma internação mais prolongada eram a estratégia para o tratamento do IAM (Infarto agudo do miocárdio). Hoje reconhecemos que tempo e uma abordagem precisa, rápida e acurada na vigência de uma dor torácica e suspeita de IAM, salvam vidas e previnem insuficiência cardíaca.

Na vigência de uma dor torácica, procure o PS mais próximo de você. Se for IAM, agradeça os avanços da cardiologia e deixe que o seu cardiologista toma conta do resto. Até a próxima!

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