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Categorias: Prevenção
O cigarro eletrônico é tão nocivo quanto o comum?

Dizer que fumar faz mal à saúde não é nenhuma novidade. Para se ter uma ideia, o tabagismo, só no Brasil, representa 12,6% das causas de óbitos direta ou indiretamente. Na prática, isso corresponde a cerca de 428 mortes por dia – 156.216 por ano.

Mesmo assim, essa é uma prática muito popular. No século passado, o cigarro era associado a ideais de masculinidade e de coragem. Quem viveu essa época certamente se lembra do cowboy de uma certa marca de cigarro muito popular.

De uns tempos para cá, no Brasil, médicos, sociedade civil e o estado se esforçam para expor os males associados a essa prática. No entanto, apesar dos esforços – que vão desde a tributação até a proibição da publicidade – o tabagismo parece se reinventar de tempos em tempos.

Velhas formas de fumar

Há alguns anos começou a se tornar muito popular, especialmente entre a juventude, a utilização dos narguilés. Chamam a atenção pela sua aparência exótica; os narguilés (ou arguiles) são oriundos da cultura indiana e persa e foram inventados, no século 16. Esses consistem em cachimbos onde o consumo de tabaco acontece através de um mecanismo que utiliza a água para resfriar a fumaça e, supostamente, filtrá-la das impurezas.

Apesar da grande popularidade, esses cachimbos d’água não são menos tóxicos do que os cigarros. Há uma série de estudos que apontam que os riscos associados à prática de fumar narguilés são similares àqueles de fumar cigarros convencionais.

Há, ainda, um agravante: o narguilé costuma ser usado em grupos de pessoas que compartilham da mesma mangueira (local onde se coloca a boca para tragar a fumaça), o que pode aumentar também as chances de contaminação por doenças com transmissão fecal-oral, como algumas hepatites .

Novas formas de fumar

Outra forma de consumir tabaco que vem ganhando muito popularidade – mais uma vez tendo como público-alvo os jovens – são os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes.

Estes consistem em um pequeno dispositivo – que podem se assemelhar a isqueiros, pen-drives ou canetas – abastecido com um fluído que, quando aquecido, gera uma grande quantidade de vapor. Por funcionar à base de vaporização e não de combustão (como é o caso de cigarros e narguilés), os vapes seriam, supostamente, menos prejudiciais.

A polêmica dos vapes

Em 2019, 12 usuários de vapes vieram a óbito, nos EUA, em decorrência de uma síndrome respiratória. Supõe-se que a causa possa ter algum tipo de relação com os cigarros eletrônicos – embora essa relação não tenha sido, ainda, confirmada.

Por medida de segurança, alguns estados norte-americanos já proibiram a venda de vapes com sabor artificial visando desencorajar seu uso; na mesma linha, a Índia também vetou a venda.

No Brasil, o comércio desses dispositivos é, também, proibido. Já no Reino Unido o comércio não foi desencorajado – pelo contrário, alguns cientistas britânicos defendem o vape como uma alternativa menos danosa ao cigarro.

Apesar de haver, ainda, poucas pesquisas investigando o quão mal o vape pode fazer ao organismo do fumante, uma coisa é bem conhecida da medicina: fumar aumenta o risco de desenvolver doença coronariana, câncer e doenças pulmonares – independentemente da forma que se fume.

A grande polêmica em relação à forma eletrônica de praticar o tabagismo, portanto, é se ele é mais ou menos danoso em relação às suas formas tradicionais.

Nem seis, nem meia dúzia

O cigarro eletrônico, apesar de não conter monóxido de carbono ou alcatrão, presentes nos narguilés e cigarros convencionais, ainda apresenta nicotina e solventes químicos, além de poder conter compostos aromáticos e metais pesados.

Na prática, mesmo que sejam menos danosos que o cigarro comum (e não temos certeza disso), possuem potencial de viciar e de causar danos ao organismo e ao coração.

A melhor alternativa para o cigarro continua sendo o abandono do vício e a adoção de hábitos saudáveis – o que elimina, de cara, qualquer forma de tabagismo.

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